Que pena sinto
das crianças do mundo inteiro
pudessem relatar o que hoje sentem
quantas verdades de repente
saltariam de suas bocas infantis?
Que oena sinto
desse pobres pequeninos e como podem
suportar esse mundo absurdo e enlouquecido?
tantos bebês nascem, milhares por segundo nascem
habitam esse mundo milenar
onde tudo se estreita, se comprime, se resume!
Que pena sinto
de assistir o latrocínio da infância...
é inútil negar, é só ter olhos para ver
e compreender a real migalha que se dá à infância...
que pena sinto
dos pobres pequeninos
dentro dessa agitação massificadora e sem paz...
"o toca-fitas com a voz da mãe
faz o bebê dormir e ele se acostuma
acariciando com afeto o objeto estático"!
Oh! que pena sinto.
Oh! que dor.
Oh! que lástima,
Oh! Pobre infância!
Quem hoje conta estórias e canta acalantos?
quem hoje ensina as crianças a amar as flores,
os jardins, quem as leva ao parque,
quem as ensinar amar a natureza, os animais,
a viver e amar a própria vida?
e quem as ensina a rezar, a crer,
ter fé em Deus?
Que pena sinto
dos tolos ladrões de infância
que constroem um mundo de progresso
enquanto rolam as lágrimas dos pequeninos
sem amor, carinho, sem nem um sorriso ou esperança de afeto,
e o silêncio amam com desespero os fiéis brinquedos
                                                                         surdos-mudos!
Que pena sinto
dessas pobres crianças deste século
falso em círculo vicioso,
as lágrimas delas morrem uma após a outra
no bailado lacônico em poviléu de gritos,
um saco de balas, bombons, uma bola nova
é sempre o preço pra calar o inútil pranto.
Ah! mais que pena sinto, muito mais!
E pensar que tem gente que ignora isso,
e gente que ignora porque quer
a gente que ignora o mundo das crianças.
Que pena sinto
de ver a brutalidade
do latrocínio da infância...
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Ôta mundo tam-tam !!!